terça-feira, 16 de junho de 2009

E se eu não morrer agora?

Agora mesmo, enquanto escrevo. Agora mesmo, enquanto sou lida.


Parava o mundo, parava o tempo.

Parava a vida como a conhecemos e teria que ser criada uma nova, porque eu não sei como se faz isto de... simplesmente respirar nesta.


Se eu não morrer agora, é com o respirar que me vou entreter até ao próximo momento em que não-morrer. Respirar.


E eu desejo.

E eu viajo.


E eu desejo viajar.


Gosto que me peguem ao colo - cabeça caída, braços abertos, abandonada para trás à consolação do cinzento azulado, e das pessoas que ficam esquisitas viradas ao contrário (!) - e comecem a girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar girar até que eu fique muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito tonta, e a rir às gargalhadas, e sem conseguir distinguir céu-terra-mar-cinzento-azul-árvores-chão-pessoas-pássaros-e-são-tudo-imagens-desfocadas-e-engraçadas.


E aí é tão bom.


Se me encontrarem por lá caída, deixem-me estar, não me interrompam.

Deixem-me não-morrer ofegante e tonta, porque sabe tão bem.

2 comentários:

  1. o mundo já me parou tantas vezes que às vezes esqueço-me que ele afinal nunca pára.

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  2. pois não.
    nós é que paramos, às vezes porque queremos, outras vezes porque não temos hipótese de continuar, pensamos.

    esquecemo-nos que quando pararmos sem querer, vamos desejar continuar. espero consegui-lo, sempre!

    dizia eu ao joão no outro dia, cortem-me toda, aos bocados, e atirem-me p´ra cova, se quiserem! mesmo que já só tenha a cabeça... posso sempre rebolar!

    e aí fico ofegante e tonta, e aí é bom. ;)

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